Crato - Por Alves de Oliveira.
Em 1953, a Revista Folha da Semana, publicou uma das mais belas obras literárias da autoria de Alves de Oliveira. Crato, um soneto da mais fina qualidade. Tenho repetido sua publicação na esperança que algum historiador ou memorialista tenha informações do autor. Até agora sem sucesso.
Tanto me afiz bela urbe, a tua natureza
Pelos meus respirada, exuberante e pura,
Que, ausente dos teus céus, nas horas de ternuras
Afloras-me ao cismar, bem fadada princesa.
Venho as auras haurir-te. E ao ver-te, que leveza
Blandiciosa me invade, e se aviva, e perdura,
Sentindo-me ingressar na região da fartura.
Sentindo-me extasiar na zona da beleza.
E o Cristo Redentor, e as torres, e a serena
Verdura a emoldurar-te... Em fim, para que a pena
Deslize no papel, feliz, ágil, fagueira.
Basta-me a aparição, na tarde que se encerra
De uma casa a alvejar num côncavo de serra
Ou o simples flabelar de um leque de palmeira.
A publicação repetida de tão belo soneto, deve-se ao fato de encontrar algum historiador que conheça informações biográficas do Alves de Oliveira, autor desta bela obra literária.
ResponderExcluirMorais: vale este resgate!
ResponderExcluirCaro Morais: Pesquiesei na Weekpédia e encontrei um poeta Alves de Oliveira, carioca, que certamente nunca veio ao Crato. Mas procavelmente Huberto Cabral poderá esclarecer essa duvida.
ResponderExcluirDr. Carlos - Pelo sentimento de amor a terra que o soneto transmite entende-se que é um cratense que se ausentou.
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