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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 4 de março de 2018

Miguel de Lira III - A historia que corre os sertões.


Nascido em Serrita - PE, há 54 anos, Miguel de Lira deixou aquele município vindo residir em local onde hoje se encontra, por volta de 1954; casado, sendo pai de três filhos, com vocação e tradição agrícolas comprou aquele pedaço de terra, cujo documento jamais recebeu, e que agora se torna quase impossível conseguir, os fatos que o envolvem, nessa drama louco em que o destino o colocou; veio. construiu casa e botou roça, sempre tido como elemento trabalhador e pacato, Miguel de Lira ia vivendo modestamente do produto de sua lavoura, dentro dos padrões normais dos pequenos produtores da região; um problema familiar fê-lo separar-se da esposa e dos filhos, os quais foi deixar na casa do sogro em Serrita.

Sua  vida tinha continuado calma e normalmente junto com a família, pois o que os separara nada tem de grave, se porem o acontecimento de pouca importância, não viesse mudar o curso de sua existência, e transforma-lo no que é hoje: Um alienado. Miguel de lira se dedicava, alem da agricultura , a pequena criação de porcos, prevenindo-se para algum momento de aperto.

Um dia, dois dos animais cruzaram os limites da propriedade, indo invadir as plantações de um vizinho.; esse, como costumam fazer os homens daquela região na defesa de sua roça, os abateu a tiros. Tempos depois. algumas cabras do referido vizinho também cruzaram os limites das propriedades, indo invadir as roças de Miguel de Lira, dois desses animais foram da mesma forma abatidos a tiros, julgando-se Miguel portanto, em seus direitos e pago pela perda que tivera anteriormente.

O vizinho não gostou e por isso deu queixa as autoridades policiais de Ouricuri. Miguel de Lira foi intimado a comparecer perante a justiça. Negou-se, pois em sua ingenuidade cabocla ele se considerava certo, nada tendo por que prestar contas , ou porque ser preso. Negou-se também a segunda vez. E, sem esperar, um certo dia teve sua casa cercada.

Era 02 de Julho de 1967, mais ou menos as 06 horas da tarde. Nessas circunstancias trancou-se no rancho, prevennindo-se para o que desse e viesse, e dali ficou escutando as ordens para que se entregasse. No cumprimento se seu dever, corajosamente, um cabo  e um soldado, tentaram tomar-lhe a peito, o refugio, indo, respectivamente, um pela porta dos fundos e outro pela frente da casa; acossado , Miguel de Lira atirou. Ali tombaram feridos, o cabo Balbino Mendes e o soldado Antônio, falecendo imediatamente um e o outro em poucas horas depois.

Com essa ocorrência, o restante da tropa, comandada pelo delegado civil que funcionava como substituto, voltou a Ouricuri em busca de reforços. Voltaram  á noite com um numero maior de praças e fizeram um cerco a Miguel de Lira, culminando com o incêndio de sua casa.

Ele conseguiu escapar. Depois veio a caça a Miguel de Lira . O medo passou a agitar aqueles vidas calmas e pacatas de parentes e amigos; o barulho de um veiculo fazia com que o povo corresse para o mato.

7 comentários:

  1. Nas proximas postagens continuaremos com novos depoimentos a respeito do Miguel de Lira e sua historia, seus problemas etc.

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  2. O cabo Balbino era casado com minha tia avó. Tem uma foto dele na casa de uma filha dele em Ouricuri.

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  3. O vizinho era meu avô, Henrique Menezes. E essa história está errada

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  4. Meu nome é allyff Menezes e o vizinho que vocês citam é meu avô, HENRIQUE MENEZES homem que era respeitado, essa história está errada. Meu avô era um homem, diferente desse bandido Miguel De Lira que matava policial.

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  5. Eu sou neta do cabo Balbino Mendes
    E deveria ter uma homenagem aos que Miguel de lira matou pois meu avô foi um voluntário da pátria por Ouricuri

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  6. Eu Iza Maria silva Mendes
    Falo certeza meu avô Balbino Mendes foi um voluntário da pátria além de ter voltado da guerra vivo foi corajoso suficiente em fazer uma diligência para defender a cidade de Ouricuri

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  7. Pelo que eu saiba dessa história minha vó Francisca Mendes casada com o cabo Balbino Mendes falava para nós que Miguel de lira não era esse sujeito bondoso igual estar aí na história não

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