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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 13 de setembro de 2018

FARINHA DO MESMO SACO - Por ANTONIO GONÇALO DE SOUSA.



Na eleição deste ano de 2018, muito mais do que já se vinha observando nas eleições anteriores, há uma fragmentação na política, no conceito republicano da democracia representativa e nos programas partidários no Brasil. Está acontecendo uma verdadeira confusão, em termos de misturas ideológicas.

Isso faz com que a maioria das pessoas, não tenha noção de quem apoia quem; qual a proposta mais plausível; e que candidato tem condição de aplicar seu plano de governo na prática, visto que, o executivo no sistema presidencialista, tem muito a negociar com o legislativo, que, no entanto, também sofre de corrosões ímprobas e corruptoras, além de ser composto por número exagerado de legendas, formando uma verdadeira colcha de retalhos e, consequentemente, de ideias vãs.

Em função disso, e de outros rebuscados de trapalhadas que vemos na administração pública ultimamente, há evidência que muitos eleitores vão deixar de comparecer à urna, irão anular o voto ou votar em branco na  eleição de outubro próximo.

Para se ter uma ideia de quão desregrados estão os conchavos políticos desta campanha eleitoral, no Ceará, por exemplo, o Camilo Santana - governador que pleiteia reeleição - apoia Ciro Gomes (PDT) e Fernando Addad (PT) para presidente, ao mesmo tempo manda votar no Cid Gomes (PDT) e em Eunício Oliveira (PMDB) para o senado. Por outro lado, na coligação do PSDB o Capitão Wagner - candidato a Deputado Federal - apóia o General Teófilo para o Governo do Estado, mas, para presidente, pede voto para Bolsonaro ( PSL).

Nos municípios não é diferente, a julgar pelos casos que conheço mais de perto: Quixadá e Várzea Alegre, onde lideranças antagônicas de muito tempo estão juntas, sabendo eles (e a gente também), que é mero oportunismo político agregado, certamente, a nefastos interesses próprios dos apaziguados políticos de sempre.

Para arrematar com tudo que observamos, o Lula da Silva, fixa suja, condenado em segunda instância e preso, ainda vai influenciar ou até mesmo ganhar essa próxima eleição, através de mais um "poste" por ele indicado de onde está na cadeia. E, convenhamos, levando-se em conta o conjunto de candidatos a Presidente da República, não teria uma grande diferença entre um ou outro que venha a ganhar. Nós é que devemos nos prevenir e não pensar que haverá uma transformação imediata; que dinheiro vai voltar a cair do céu; e que a ordem vai reinar de repente. Não nos enganemos, pois a farinha virá do mesmo saco.

4 comentários:

  1. Prezado Antonio - Ilustrei o seu belo texto com a foto de um balaio de gatos. Nada mais ilustrativo, a politica do Brasil é um balaio de Gatos, um samba do crioulo doido. Uma pouca vergonha.

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  2. Retrato perfeito do momento político.

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  3. Ilustração perfeita, Morais. Afinal, o título poderia ser também "Balaio de Gatos".
    Muito grato

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  4. "Balaio de gatos",ao meu ver,ficaria perfeito. Pois, os felinos São idênticos na aparência e nas atitudes. Assim, como esses inúteis candidatos.

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