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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

É SÓ LÉGUA E MEIA

O sítio Extrema, pertencente ao distrito de Calabaça, que pertence ao município de Várzea Alegre, é uma localidade que fica no centro de uma região que envolve o Cariri, o Salgado e o centro sul do Ceará.
Da Extrema para Caririaçu, Quitaus, Mangabeira e Várzea Alegre é quase a mesma distância, em torno de nove quilômetros. Houve um tempo que para viajar de Crato para Várzea Alegre, tinha que ser seguindo essa seqüência descrita acima. Uma vez Luís Macedo ( Lila ), estava bebendo umas, lá pelo Crato, quando viu o senhor Moreira abastecendo a rural para viajar. Lila aproximou-se e perguntou:
- Vai pra onde patrão?
- Vou para V. Alegre.
- Pois eu vou até São Pedro, que de lá pra Extrema é só légua e meia.
A bagagem de Luís era apenas um peixe e um abacate. Dinheiro para a passagem nem pensar. Quando chegaram em Caririaçu, Moreira cobrou a passagem e Luís disse que não tinha. Moreira aborrecido disse:
- Pois eu vou deixar você mais na frente.
Chegaram em Quitaús Moreira mandou Luís descer, mas antes de descer ele disse:
- Daqui pra extrema é só légua e meia.
- Pois você não vai descer aqui não. Eu vou deixar você mais longe. Chegaram em Mangabeira Moreira disse:
- Desce nojento!
- Daqui pra extrema é só légua e meia.
- Pois você vai ficar mais longe.
Partiram para V. Alegre onde era o final da linha do Moreira. Lá chegando o paciente motorista disse:
- Pronto coisa ruim! E agora?
- Aqui é melhor. Porque é só légua e meia pra Extrema e eu ainda posso passar lá no Riacho do Meio e tomar umas cachaças com Leó e depois eu subo a serra.
Mundim do Vale

3 comentários:

  1. Mundim

    Boa historia.

    Me fez lembrar um caboclo do Juazeiro do Norte que fretou um caminhão encheu de abacaxis e foi vender na festa de São Raimundo. Estacionou o carro em frente a casa de Toinho Costa. Fastou a lona e começou a vendo a dois reais a unidade. Um fregues perguntou meu senhor porque é que do outro lado é apenas um real e aqui são dois. O camarada for ver e o Lila estava do outro lado do caminhão vendendo os abacaxis a l,oo real e embolsando o dinheiro.

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  2. Toda vez que Lila ía pras farras,
    só quem conseguia levá-lo de volta para a Extrema, eram os seus irmãos Clóvis e Ari.
    Uma vez Lila estava embriagado no bar de Nêgo de Aninha e viu o jeep 57 de Seu irmão Arí apontando lá na usina Diniz. Fez carreira em direção a praça dos motoristas e subiu num pé de bejamim. os irmãos
    chegaram em baixo e Clóvis disse:
    - Desce Luís!
    - Não desço.
    - Desce traste!
    - Não desço.
    Arí dise:
    - Luís ou você desce por bem ou vai descer debaixo de pau.
    - não desço. BALANCE O PAU QUE O BICHO CAI.

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  3. Mundim, as histórias do Lila são engraçadas, ele deve ter sido uma figuraça! rs rs rs

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