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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 4 de fevereiro de 2012

EM DEFESA DE DEUS - Parte Final - Por Vicente Almeida

EM DEFESA DE DEUS
Parte Final
Na primeira parte de nossa postagem de 02/02/2012, concluímos interrogando: Tudo isto não basta para entendermos Que Deus não é manipulável? Que Ele não é uma brincadeira de menino de rua, para ser motivo de piadas, até indecentes?

Continuemos então com nossas ponderações!

Deus vem tentando nos atrair para o seu aconchego há hum milhão de anos, período a partir do qual se tem conhecimento da existência humana na terra, mas o nosso livre arbítrio - Aquela possibilidade que o próprio Deus nos concedeu para decidir sobre o bem e o mal é mais atrativa para a vida mundana que levamos. E assim vamos sempre postergando nosso maior objetivo maior na terra: Progredir espiritualmente.

Ele nos premiou com uma terra dadivosa e possibilidades sem limites de nos multiplicarmos, povoá-la, modificar sua crosta, adquirir o conhecimento e progredir no decorrer dos milênios.

Não é crível que ainda hoje pensemos como nos tempos antigos, quando todos eram analfabetos e ignorantes, não dispunham de tecnologia e tudo que sabiam sobre Deus era ditado por um líder em especial, profeta ou sacerdote. O povo rude daqueles tempos, não podia nem tinha a preocupação de pesquisar ou raciocinar para entender. Eram obrigados a digerir um PF mesmo.

Em matéria de religiosidade, muita já mudou A partir da segunda metade do século XX, Contudo, algo ruim ainda continua, e já estamos no século XXI. É a insistência na intimidação, quando o pregador estimula a fantasia das penas eternas, infernos e demônios, já sem eficácia sobre as mentes atuais, cultas, abertas e mais receptivas ao conhecimento da verdade. 

Precisamos ensinar aos nossos jovens, a amar a Deus sobre todas as coisas, como ensinou Jesus, mas sem histórias da carochinha.

Antes de Jesus Cristo, não poderíamos falar sobre um Deus único e Magnânimo para uma população inculto e animalizado, que só conhecia a voz do mais forte e se divertia com o sangue e o sofrimento dos outros.

Os povos antigos eram belicosos e viviam sempre em guerras e pareciam acostumados a escravidão e as conquistas, e aqueles que não morriam em campos de batalha, normalmente eram escravizados, e ai eram incluídos: A plebe e seus senhores, reis, rainhas, príncipes e princesas. Tanto era assim que Roma atingiu uma situação crítica em sua população de escravos, que chegou ao dobro da romana.

Podemos perceber que um povo assim, não aceitaria um Deus único se não ficasse demonstrado o seu poder diante dos outros deuses. Por isso no seu tempo, Moisés editou leis severas, e apresentou Deus como um Senhor rigoroso, impositor e violento, a fim de conter os impulsos de seus seguidores, simples, mas, ignorante, cruéis e idólatras.

Para mostrar o poder Divino, muitos outros profetas falaram de um Deus rigoroso, severo, punindo até com a morte seus desafetos. Naquele tempo a idolatria exercia vigoroso fascínio sobre o povo. Havia um numero sem fim de deuses para todos os gostos. 

Passaram-se milhares de anos e por último chegou Jesus, que foi rejeitado exatamente por aqueles a quem veio salvar. Foi sacrificado por que suas pregações falavam de humildade e amor, mostrando novos caminhos e apresentando um Deus de pura bondade. Ele foi o primeiro marte do cristianismo, e milhões de outros o seguiram nos séculos seguintes.

Fatos assim nos fazem entender, por que seria impossível nos tempos idos falar de um Deus bondoso, da sua mansuetude. Aquela gente não entenderia essa linguagem, seria como atirar pérolas aos porcos. Mas também, essa mesma gente não podia ser abandonada para que voltasse à selvageria. Dai a permanente e insistência vigilância divina colocando no meio de todos os povos, pessoas aptas a orientá-lo.

É preciso notar que após milhares de anos, quase nada mudou. E dois mil anos após a vinda de Jesus vivemos situação similar a dos povos antigos, com centenas de religiões para todos os gostos e nenhuma que entenda ou explique Deus como Ele de fato é. A diferença hoje é que na sala principal de muitos lares cristãos expõem a Bíblia aberta na mesma página meses seguidos, empoeirada e amarelada pelo tempo, como se isso demonstrasse alguma religiosidade.

Os primeiros cristãos tinham uma fé inquebrantável, sacrificando sua vida por amor a Jesus Cristo. Preferiam a morte trágica, martirizados na cruz, na fogueira (não as fogueiras da inquisição, isto é outra história), ou nas arenas romanas onde eram dilacerados e devorados por leões e outras feras, com o fim de divertir o público pagão, animalizado e sedento de sangue. Essa era a punição por ser cristãos. Mas o sofrimento dos primeiros cristãos só aumentava a sua fé em Cristo e foi essa fé incondicional que tornou Saulo/Paulo no maior defensor do cristianismo após sua conversão. O cristianismo, que era uma dádiva nos primeiros séculos, passou a ser uma imposição uns 1.000 d.C.

Será que já estamos preparados para vôos mais altos, ou precisamos sofrer ainda um pouco mais? 

**********************************

Finalmente vale esclarecer, que o que passou é história e não poderá ser alterada. Lamentar ou criticar não é solução, mas o seu conhecimento pode e deve ser utilizado como fonte de estudos na construção das gerações futuras.

Nosso objetivo foi dar um sopro na poeira dos milênios e levantar a cortina do tempo, para tentar mostrar a quem interessar, um pouco da essência e magnanimidade do Criador, camuflados sob errôneos e propositais ensinamentos. 

Escrito por Vicente Almeida
04/02/2012 

5 comentários:

  1. Meu amigo Vicente Almeida,

    Você é um grande evangelizador. Um homem do bem, que fala do bem maior. A religiosidade é que move o mundo. A fé... É isso aí!

    Parabéns pelo texto e um grande abraço.

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  2. Parabens Vicente.

    A segunda parte veio tão boa quanto a primeira.

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  3. ... AÍ eu disse:

    Sávio:

    Suas palavras são sempre carregadas de muita compreensão. Isto ajuda muito. Mesmo por que os temas que trato, são aparentemente intocáveis e ninguém se aventura em tecer um ligeiro comentário.

    Mas o que escrevo é verdadeiro, e é exatamente assim que vejo e penso.

    O meu Deus e nosso Deus não é como vem sendo descrito. Basta raciocinar um pouco para perceber que amor e ódio não se misturam.
    Ou se é bom ou se é mau. Seria impossível Deus ser meio bom e meio mal! Seria o caos.

    Quem hoje é bom, jamais se tornará mau. Quem é mal, um dia será bom. É a lei do progresso.

    O meu trabalho daria um compendio de centenas de páginas, mas aqui no Blog preciso resumir ao máximo para torná-lo mais acessível à compreensão dos leitores, e mesmo assim, poucos entenderão.

    Imagine quando nós abordarmos BREVEMENTE o tema "ANJO". Todos pensam que Deus os fez perfeitos!

    Morais:

    Nós cristãos temos vontade de aprender, mas o tempo é muito curto para viver o amor Divino e o amor material, você não acha?

    Por isto escolhemos primeiro o amor material e deixamos o Divino para outro dia. E assim vamos adiando indefinidademente o nosso progresso moral e espiritual. Deus ficando sempre em segundo plano.

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  4. Vicente,

    Com suas postagens oportunas que fazem nós do blog refletirmos sobre sobre a fé.Parabens.

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  5. ... AÌ eu disse:

    Rolim:

    Precisamos pensar em Deus a todos os instantes. Somente pensar já é uma oração.

    Meditar sobre Deus, ou seja; tirar uns 5 minutinhos das 24 horas que dispomos diariamente, nos leva a uma profunda reflexão sobre a vida, e amplia os horizontes do nosso conhecimento, tornando-nos mais felizes e ao mesmo tempo tornando também mais felizes aqueles que nos cercam.

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