O advogado Rodrigo Tacla Duran, que defendeu a Odebrecht e é acusado de ter feito transferências pela empreiteira no exterior, afirmou em depoimento à CPI da JBS que o sistema de propinas da empresa, chamado de Drousys, foi adulterado. Duran chegou a negociar delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e com o departamento de estado norte-americano, mas não celebrou nenhum acordo. Ele tem cidadania espanhola e conseguiu uma decisão naquele país para não ser extraditado, depois de ter ficado preso por lá com base na Lava-Jato. O depoimento à CPI foi feito por videoconferência.
Duran afirma ter identificado as adulterações após ter seu nome apontado em irregularidades da empresa. Ele diz que extratos foram "adulterados e falsificados". Os documentos eram de contas no banco que o grupo tinha em Antígua. O advogado pagou uma perícia na Espanha para sustentar suas acusações.
Entre os dados que o advogado coloca sob suspeita estão extratos anexados pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot na segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Duran afirma que todos os dados extraídos do sistema deveriam ser colocados sob suspeita. Ele entregou cópia da documentação à CPI, mas pediu que fosse mantido sob sigilo.
Se tem uma prova de adulteração, todas as provas saem daquele sistema são viciadas — disse o ex-advogado do grupo.
O principal interesse da CPI, porém, são em acusações feitas por ele sobre o processo de sua negociação frustrada de delação premiada. Duran chegou a receber de procuradores da força-tarefa uma minuta de um acordo, mas diz ter desistido porque lhe imputavam crimes que não cometeu.
Eu que rejeitei o acordo. Eles queriam criminalizar minha profissão, imputar crimes que não cometi. Mesmo sabendo o que eu ia sofrer, resolvi não assinar — afirmou.
Raquel Dodge faz o que Janot não fazia: pediu a prisão da senadora petista Gleisi.
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