Cresce no Supremo Tribunal Federal o incômodo com a desenvoltura com que Gilmar Mendes, o libertador, põe em prática a sua política de celas vazias.
Gilmar solta no atacado os investigados por corrupção que o juiz Marcelo Bretas manda prender no varejo, à medida que avançam as investigações contra os esquemas que saquearam os cofres do Rio de Janeiro.
Num intervalo de 21 dias —15 dias úteis se forem descontados os finais de semana, Gilmar acionou sua chave suprema para abrir as celas de 19 presos.
Abre parêntese: Na noite desta terça-feira, após a veiculação deste comentário, Gilmar soltou mais um. Agora já são 20 os beneficiários do ativismo libertário do ministro. Fecha parêntese.
A desenvoltura com que Gilmar solta os presos acaba consolidando uma visão do ministro sobre o trabalho do juiz que concentra os casos da Lava Jato no Rio de Janeiro. É como se o ministro do Supremo expedisse uma sentença contra as decisões do juiz da primeira instância. Fica a impressão de que, se pudesse, Gilmar mandaria prender Bretas, condenando-o por incompetência ou por eficiência excessiva.
Consolida-se entre colegas de Gilmar a sensação de que as críticas à atuação do ministro contaminam a imagem do próprio Supremo. E não se está falando aqui do ministro Luís Roberto Barroso, desafeto de Gilmar.
A inquietação chegou a outros gabinetes. Juízes de primeira instância romperam uma tradição. Antes, nenhuma revelação abalava o prestígio de políticos e empresários. Desmascarados, eles continuavam enchendo as colunas sociais. Hoje, eles enchem as celas que Gilmar esvazia. O Supremo precisa decidir de que lado está.
Como Gilmar Mendes é um no meio de onze, e um não pode ganhar de dez se tem a impressão que o Gilmar tem a autorização de decidir pelos outros. Do contrario as decisões poderiam ser anuladas em votação do colegiado. Gilmar é fruto de FHC. Arvore podre não produz fruto sadio.
ResponderExcluir