Alguns clichês ou mantras, mastigados pelo rio do tempo são usados como coisa nova.
"Que País é esse?", por exemplo, continua atual, diante dos novos absurdos e até de algumas atrocidades.
Mas, quero chamar a atenção para uma "justificativa" antiga, diante de novas realidades: "todos estão surdos".
Uso de um manjado clichê, como se tratasse de uma conclusão novinha em folha.
Muita coisa dita acompanhada da sensação de que ninguém sabe mais ouvir. Ou por outra: de que "todos estão surdos".
Sobre isso, o escritor Rubem Alves disse: "Sempre vejo anunciado curso de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir".
Ney Matogrosso, na música "Fala", dá um recado sobre o tema: "Eu não sei dizer nada por dizer. Então, eu escuto".
Então. O caso seria de surdez ou emburrecimento?
Lembram daquela história do velho padre que, no seu confessionário, tinha a preferência dos fiéis de um mosteiro?
Diante do ciúme de seus colegas de batina, explicou a razão aos seus superiores:"Eu sei ouvir".
O grande problema de hoje é que as pessoas querem ouvir de você o que eles pensam. E, tem os que como o Coronel Antonio Correia de Várzea-Alegre ouvia com sabedoruia.
ResponderExcluirUm morador chegou e disse - Coroné Toin me arrange 10 contos para eu fazer a feira! Ele retrucou, quanto? O caboclo repetiu 20 contos.
Espere, nestante era 10, agora já são 20, tome 5 antes que você queira 30.