Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

12 - Era do Império - Por EQUIPE PEDRO II DO BRASIL.


Forçado a ser algo que ele nunca quis ser, forçado a ter uma vida que ele nunca gostaria de ter. Casar com uma mulher que nunca se casaria. Sempre vestir um personagem. O personagem Imperador D. Pedro II do Brasil, um homem austero, ponderado, sério, justo e magnânimo.

Finalmente podia em alguns momentos deixar saltar a vida de Pedro d’Alcântara, o menino, o homem, inseguro, emocional, sentimental, romântico, sensível, sofrido, humano.

A Partir desse momento, D. Pedro II do Brasil e Pedro d’Alcântara, poderiam viver em uma só pessoa, poderiam existir em momentos diferentes, em situações diferentes, mas poderiam aparecer.

Era uma grande vitória para Pedro. Mas como todo humano, vestir um personagem integralmente é um fardo insuportável, porém saber exatamente quando vesti-lo e quando poder se desarmar, é uma tarefa que foge ao controle ao longo do tempo de qualquer pessoa.

Inúmeras ações e posturas iriam ser contraditórias e não se definir ao longo de toda vida de Pedro. A confusão de saber quem realmente é, o deixava muitas vezes extremamente impulsivo e emocional. 

Certos rumos do próprio futuro do Império, foram escritos em meio a essa grande dúvida. Ser ou não ser.

Continua na próxima postagem.

3 comentários:

  1. A grande ansiedade e a importância que o próprio Pedro sentia no como deveria agir, o que pensariam, o deixava mais atormentado e cada vez menos racional e prático.

    O tempo foi se passando e o monarca cada vez mais se fechava em seu próprio mundo, em meio a seus gostos particulares; cada vez mais largava a postura majestática e lutava para se afirmar como uma pessoa mais real e comum.

    ResponderExcluir
  2. “(...) muitos historiadores apontam que, entre tantas outras virtudes, o reinado de Dom Pedro II teve como marca a modéstia e a humildade. Grande parcela de seus súditos era imensamente mais rica do que ele. Na corte, havia, ainda, residências muito mais confortáveis e luxuosas que a do imperador, destinadas a cientistas, artistas e intelectuais. Dom Pedro II, contudo, não exigia para si mais do que sua escrivaninha e seus livros, gosto que desenvolveu logo cedo.

    “Tal fato foi documentado por diversas personalidades ao longo de seu reinado, como na ocasião em que um diplomata francês, em visita ao Brasil em 1842, descobriu Pedro, então com 17 anos, mergulhado na leitura de Platão. Em 1847, o escritor português Alexandre Herculano escreveria: “É geralmente sabido que o jovem imperador do Brasil dedica todos os momentos que pode salvar das ocupações materiais de chefe de Estado ao culto das letras.”

    (Retirado do livro “O mais humilde e culto dos imperadores” de M.R. Terci).

    ResponderExcluir
  3. Sua casaca degastada e seus empréstimos para sustentar sua família e suas viagens, geravam comentários da mídia e do próprio povo que achava um absurdo um imperador viver como um homem de classe média.

    ResponderExcluir