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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 10 de agosto de 2018

DESPEDIDA DE SÓCRATES EM JUAZEIRO DO NORTE - Wilton Bezerra, Comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares ·



Quando da iniciativa de José Afonso de Oliveira em promover a ida do Corinthians Paulista a Juazeiro do Norte, em 1984, quase que os esforços iam de água abaixo.
Sócrates, já contratado pela Fiorentina, da Itália, não tinha mais a obrigação de jogar pelo time mosqueteiro e não se dispunha a ir à terra do Padre Cícero.
Nesse tempo, trabalhava na minha equipe de esportes da Rádio Cidade o narrador Rui Pimentel, baiano, figura conhecida por ter se enturmado com os artistas do Pessoal do Ceará, no campo da música.
Pimentel era amigo de Fagner, Belchior, Augusto Pontes e tantos outros. Trabalhou num bocado de emissoras pelo Brasil e estava na Copa da Espanha quando, através de Fagner, freqüentou o ambiente da seleção brasileira e fez amizade com Sócrates.
Pronto. O Rui Pimentel seguiu para São Paulo, para junto ao craque, convencê-lo de que, além do amistoso, se teria uma cervejinha acompanhada de galinha caipira, panelada, peixe ao molho, caças e comidas regionais.
Sócrates foi convencido e o jogo confirmado. José Afonso de Oliveira decidiu que seria o Vasco da Gama o adversário corintiano.
Negócio fechado e a minha função foi procurar a figura de Praxedes Ferreira, que tinha um restaurante, para preparar todas as iguarias disponíveis e fechar o bico quanto à ida de Sócrates ao lugar, na tarde da chegada das delegações de Corinthians e Vasco da Gama.
Saindo às escondidas do Hotel Panorama, que tinha uma multidão à sua porta, Sócrates foi acompanhado pelo zagueiro Juninho.
Feitas as apresentações, cerveja rolando e a comida prestes a ser colocada, Praxedes cismou de exibir a sua postura de treinador disciplinador, austero e durão, ao dizer para o craque: “Bebendo desse jeito, você não seria escalado no meu time”.
Sócrates, bem relaxado, abrindo um leve sorriso devolveu: “E eu estou muito preocupado com isso “seu” Praxedes.
Claro que o “Praxas” ficou meio sem jeito. De repente, o restaurante ficou tomado de gente e o jeito foi bater em retirada, com panelas e tudo, para outro lugar.
Praxedes Ferreira não guardou sigilo quanto à ilustre visita e essa “caravana da alegria”, depois de passar por um sitio pras bandas do Horto, foi parar na residência do Sr. Adail da Social, no bairro Lagoa Seca.

Um comentário:

  1. Prezado Amigo Wilton - Dividir a postagem em duas. Os leitores são preguiçosos não gostam de ler textos grandes. Esta parte me fez lembrar o meu parente, amigo e camarada João Francisco prefeito de Várzea-Alegre. O presidente do sindicato dos professores pediu uma audiência e foi firme - Seu joão, eu quero que o senhor saiba que se não der o nosso aumento salarial vamos fazer greve. Ele respondeu no ato E eu quero que você saiba que fazem 60 anos que eu deixei de estudar.

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