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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 5 de agosto de 2018

Não é unânime no PT a adesão à tática de Lula - Por Josias de Souza.

As máscaras de Lula que o PT aplicou sobre o rosto de seus militantes deu à convenção nacional do partido uma aparência de uniformidade. 

''Somos milhões de Lulas, como ele pediu'', discursou Gleisi Hoffmann. Contudo, a euforia numérica da presidente do PT e o nivelamento teatral da multidão não traduzem com precisão o que se passa nos subterrâneos do partido. 

Ali, uma minoria inquieta manifesta contrariedade com a tática eleitoral ditada pelo bunker carcerário de Curitiba.

A banda dos insatisfeitos inclui, entre outros grão-petistas, Jaques Wagner e Tarso Genro ambos serviram ao governo Lula como ministros. Um petista explicou ao blog: “Somos todos solidários a Lula. Mas isso não nos impede de enxergar a realidade. 

O que une os divergentes é a percepção de que o freio imposto por Lula, retardando o Plano B, prejudica o partido. O que divide o grupo é a falta de consenso quanto ao melhor plano alternativo.”

O incômodo da ala minoritária aumentou depois que Lula deu uma rasteira em Ciro Gomes, empurrando o PSB para fora da coligação do presidenciável do PDT. Um pedaço da oposição interna avalia que, em vez de hostilizar, Lula deveria considerar a hipótese de uma aliança com Ciro ainda no primeiro turno. 

Outra banda não se conforma com o custo do acerto de Lula com o PSB. Foi ao mar a competitiva candidatura da petista Marília Arraes ao governo de Pernambuco.

Proliferam também as críticas à decisão de Lula de retardar a indicação do candidato a vice na chapa do PT. O grande receio é o de que, cutucado por Lula com o pé, o Tribunal Superior Eleitoral resolva morder o PT. No limite, conforme avaliação dos técnico do tribunal, o PT pode ser privado de participar da eleição presidemcial.

A chance de Lula levar em conta as opiniões da minoria inquieta é pequena. No momento, a prioridade de Lula é Lula. A segunda prioridade de Lula também é Lula. 

Pelos seus planos, quando o registro de sua candidatura esbarrar na Lei da Ficha Limpa, Lula lançará um poste. Se o escolhido for bem sucedido, seu sucesso e seu mandato pertencerão a Lula. Se o poste tropeçar nas urnas, Lula continuará desempenhando o seu melhor papel. O papel de vítima.

Nesse enredo, se o TSE excluir o PT das urnas, oferecerá a Lula mais matéria-prima para a tese da perseguição política.

Um comentário:

  1. Sergio Moro marcou a data para começar a ouvir os depoimentos sobre o caso do sítio de Lula: 27 de agosto.

    Alexandrino Alencar, executivo da Odebrecht que autorizou pessoalmente as benfeitorias no sítio de Atibaia a pedido de Marisa Letícia, será o primeiro ouvido, publica colunista de O Globo.

    “Outros depoimentos se seguirão. O gran finale está marcado para 10 de setembro, quando Lula encarará Moro para tentar explicar o inexplicável.”

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