No
próximo 11 de agosto, um dia de sábado, a população católica do Sul do
Ceará vai comemorar o jubileu de prata da sagração episcopal do 5º Bispo
Diocesano de Crato, Dom Fernando Panico. A solenidade ocorrerá às 17:00
horas, constando de uma Santa Missa, a ser celebrada na Catedral de
Nossa Senhora da Penha.
Decorridos
quase dois anos, desde que Dom Fernando Panico tornou-se bispo-emérito
da nossa diocese, e passando ele a residir na cidade de João Pessoa, já
se vislumbra uma análise serena e imparcial da sua passagem como Bispo
da Diocese de Crato. Dom Fernando reservou seu lugar na história desta
Diocese, graças à consecução – junto à Congregação para a Doutrina da
Fé, no Vaticano – da reconciliação histórica da igreja Católica com a herança espiritual do Padre Cícero. Esta era uma ferida que ficou aberta por longas décadas. Até que Dom Fernando Panico conseguiu cicatriza-la.
Mas não só isso. Dom Fernando foi um dos mais dinâmicos bispos dentre
os que sentaram no Sólio Episcopal de Crato. Durante dezesseis anos e
meio, período que foi Bispo de Crato, Dom Fernando valorizou as romarias
e priorizou o acolhimento aos romeiros do Padre Cícero, com novas
atitudes e um cuidado pastoral para com esses romeiros.
Dom Fernando realizou as Santas Missões Populares,
preparadas ao longo de três anos, que deram uma marca missionária à
Igreja Particular de Crato. Reestruturou a pastoral da Diocese em
foranias e comunidades. Aceitou o desafio de realizar o 13º Encontro Nacional das Comunidades Eclesiais de Base,
na nossa diocese, tendo como sede a cidade de Juazeiro do Norte.
Conseguiu a elevação da Igreja Paróquia de Nossa Senhora das Dores, de
Juazeiro do Norte, ao título de Basílica Menor. Criou 13 novas paróquias e 4 novos Santuários Diocesanos. Organizou as comemorações dos 100 anos de criação da Diocese de Crato, quando veio até nós o enviado do Papa Francisco, o cardeal Dom João Braz Aviz. Antecedendo à festa, foram construídas -- entre 2012 e 2014 - 142 novas capelas no território da Diocese. A meta era construir 100 capelas, meta que atingiu quase 150% do planejado.
Outra grande realização de Dom Fernando Panico foi a construção de uma unidade da Fazenda da Esperança,
no município de Mauriti, destinada à recuperação de jovens e adultos
dependentes do alcoolismo e outras drogas. Ele também deu o
reconhecimento diocesano às novas comunidades de leigos consagrados. E acolheu – nas várias cidades da diocese - vários institutos religiosos, a exemplo da Abadia das Monjas Beneditinas, em Juazeiro do Norte.
No seu fecundo episcopado dom Fernando Panico ordenou 68 novos padres para a nossa diocese. Foi também ele quem instituiu, na Diocese de Crato, o Diaconato Permanente, tendo ordenado 39 diáconos permanentes. Também foi iniciativa de Dom Fernando Panico a abertura do Processo de Beatificação da menina Benigna Cardoso da Silva, a Mártir da Castidade, nascida em Santana do Cariri. Deve-se a ele a criação do curso de Teologia no Seminário São José, o qual, graças a isso, passou a ser Seminário Maior,
formando sacerdotes para cinco dioceses nordestinas: Crato e Iguatu (no
Ceará), Salgueiro e Petrolina (em Pernambuco) e Cajazeiras, na Paraíba.
Foi abrangente a ação de Dom Fernando! Foi dele a iniciativa de entregar a administração do Hospital São Francisco de Crato à Ordem dos Camilianos,
providência que salvou aquela unidade hospitalar de encerrar suas
atividades, como veio a ocorrer com várias instituições hospitalares do
Cariri.
Outra iniciativa de Dom Fernando foi a construção dos dois blocos que hoje compõem a nova Cúria Diocesana. Deve-se também a ele a construção do novo Seminário Propedêutico, no bairro Granjeiro, em Crato.
O “bispo italiano”,
como era chamado por alguns, realizou muitas outras coisas, mas ficaria
longo enunciá-las. Resta lembrar que durante o seu episcopado – a
exemplo do que ocorreu com Dom Vicente Matos –, Dom Fernando também
sofreu uma campanha de incompreensões e maledicências, por parte de uma
minoria. Diante delas ele agiu com equilíbrio e superioridade. Nunca
revidou com a mesma moeda. O máximo que Dom Fernando fez em sua defesa
foi recorrer – como uma pessoa civilizada – à Justiça dos homens,
pedindo a retratação dos seus acusadores. Ou divulgando manifestos de
solidariedade que recebia de importantes segmentos da sociedade
brasileira, dos fiéis diocesanos e de destacados irmãos de episcopado.
O tempo é o Senhor da razão,
diz o adágio. Passados aqueles tempos, serenados os ânimos; feito um
balanço equilibrado da administração episcopal de Dom Fernando Panico – à
frente da Diocese de Crato –, constata-se que ele foi um grande bispo. E
é isto que ficará registrado para a história da Diocese de Crato...
(Texto e postagem: Armando Lopes Rafael)
Que Deus ilumine sempre. Dê saúde e muita paz.
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