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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 15 de outubro de 2016

15 de outubro: Dia do Professor – Saiba mais sobre São José de Anchieta, o primeiro professor no Brasil



Em 1553, chegava ao Brasil aquele que viria a se tornar o primeiro professor no país: o padre José de Anchieta, que dava aulas para índios na época da Colônia. Sua missão era ensinar aos índios sobre o cristianismo. No entanto, ele também aprendeu o guarani, língua falada na época e que fazia parte da cultura indígena. 

São José de Anchieta, o primeiro mestre-escola do Brasil
O primeiro mestre-escola do Brasil foi o padre José de Anchieta, da Companhia de Jesus, ordem religiosa que foi fundada por Inácio de Loyola, com finalidades de apostolado religioso, quer dizer, converter os gentios e educá-los para o cristianismo. José de Anchieta chegou ao Brasil em 1553, depois de ter estudado na Universidade de Coimbra e ter feito o seu aprendizado religioso. Muito devoto da Virgem Maria, resolveu dedicar-se a ela. Tudo o que fez na vida foi em função do seu amor por ela. 

Naquela época, nos campos de Piratininga, que é hoje São Paulo, o padre Manuel da Nóbrega, também jesuíta, fundou uma escola para educar os índios. Para ajudá-lo nessa missão, é o que Anchieta veio para o Brasil. Muito jovem, mas dedicado, começou a lecionar aos índios, mamelucos (que são os filhos de brancos com índios), assim como aos brancos também. Numa cabana de barro, coberta de palha, o primeiro mestre-escola do Brasil tinha uma classe de leitura. 

Além de professor, era médico, enfermeiro e advogado dos índios, isto é, quando os brancos pretendiam disfarçadamente escravizá-los, Anchieta os defendia junto às autoridades. Uma vez, depois de uma briga entre índios e brancos, enquanto se negociava a paz, Anchieta ficou como refém dos índios, em Iperoig. Durante esse tempo em que ele foi uma espécie de prisioneiro, escreveu nas areias da praia versos a Virgem Maria, que o tornaram um dos mais importantes poetas do Brasil. Aprendeu o guarani, língua dos índios, para melhorar compreender sua maneira de viver. Escreveu a primeira gramática dessa língua. Morreu aos 64 anos de idade, ele, que viera com apenas 20 anos para o Brasil, cercado dos silvícolas, como sempre viveu. Foi o Apostolo do Brasil. E o seu primeiro mestre-escola.
             
(Fonte: jornal “Folha de S.Paulo”, 15-10-2016)

Nota do Postador

São José de Anchieta, sacerdote jesuíta, foi declarado, em abril de 2015, co-padroeiro do Brasil, durante a 53ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, a chamada CNBB.
Ele nasceu em San Cristóbal de La Laguna (Ilhas Canárias, Espanha) em  19 de março de 1534 e faleceu em  Reritiba (hoje denominada de Anchieta, no Estado do Espírito Santo) em, 9 de junho de 1597. São José de Anchieta foi um dos fundadores da cidade de São Paulo, hoje a maior do Brasil.
Padre José de Anchieta foi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta do Brasil, e, apesar de ter nascido na Espanha, é considerado um dos heróis da história do Brasil. Além dos milagres que fez, no Brasil Colonial, ele é autor da primeira gramática da língua tupi, e um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor religioso. Sua obra é uma verdadeira  epopeia.
É o patrono da cadeira de número um da Academia Brasileira de Música. Beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco, é conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país.
 

Um comentário:

  1. PROFESSOR - O mundo pode não te aplaudir, mas o conhecimento mais lúcido da ciência tem de reconhecer que você é o profissional mais importante da sociedade.

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