Era bola cantada a aprovação pela Câmara dos Deputados da emenda à Constituição que fixa um teto para gastos públicos que só poderá ser revisto daqui a 20 anos.
No sábado à noite, em Salvador onde se encontrava, Geddel Vieira Lima, Ministro da Secretaria do Governo, responsável pela articulação política, comentou com amigos:
- Já era... Jogo jogado. A emenda será aprovada com mais de 360 votos.
Bingo!
Em votação que entrou pela madrugada de hoje, 366 deputados votaram “sim” à emenda, 111 votaram não e dois se abstiveram. Faltaram à sessão da Câmara 33 deputados.
A emenda seria aprovada se 308 deputados votassem “sim”, dois terços dos 513. Mas o governo queria dar uma demonstração de força aprovando-a com o máximo de votos possíveis.
“Foi uma vitória maiúscula”, celebrou o presidente Michel Temer em telefonema para Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara.
Modéstia de Temer. Foi uma vitória esmagadora, a maior colhida por ele desde que substituiu a ex-presidente Dilma Rousseff como interino, passando a titular do cargo em 30 de setembro último.
O governo passou como um trator sobre a oposição. Aprovou a emenda numa segunda-feira, dia em que poucos deputados costumam aparecer em Brasília.
Valeu-se de todos os truques permitidos pelo regimento interno da Câmara para impedir que a oposição prolongasse as discussões preliminares, retardando a votação.
A emenda terá de ser votada novamente pela Câmara como manda o regimento. Não há o menor risco de surpresa. Em seguida será votada duas vezes pelo Senado. Só então será promulgada.
Temer quer aproveitar o vento forte que sopra a favor do governo para, ainda este ano se for possível, aprovar também a emenda da Reforma da Previdência.
O Banco Central, na semana que vem, poderá reduzir a taxa de juros. A emenda da Reforma Trabalhista ficará para o próximo ano.
Um passo dado no sentido da seriedade.
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