Caríssimo amigo e companheiro Morais. Li o blog do Sanharol de cabo a rabo. Através da sua leitura, fiz uma viagem nas asas do tempo e de volta ao passado, vi a cidade nascer, vi São Raimundo Nonato ser entronizado como padroeiro local. Passou pelas meninas dos meus olhos grandes vultos locais e eu imaginava o seu trabalho: médicos (benfeitores sensíveis as necessidades dos sem recursos), juízes, inclusive o Dr. Tranca (que nunca trancava ninguém), prefeitos (grandes administradores da coisa pública), coronéis, embora alguns coronéis não fossem de farda, mas eram conhecidos como tais, pelos seus feitos, sua honradez e pela sua grandeza humanitária. Também vi padres que se destacaram na comunidade, dentre eles, um que era pai e avô. Vi grandes famílias espalhadas Brasil afora e que tiveram origem no Sanharol.
Conforme me aprofundava na leitura do blog do Sanharol, ia usando a minha visão interior e transformando a narrativa em imagens e cenas do passado como se lá eu estivesse. Ai encontrei seu Zé André de Morais. Este sim, não precisei imaginar nada sobre ele por que vejo-o como se estivesse em minha frente, contando seus causos e demonstrando sua sutileza no conhecimento do relacionamento humano. Homem espirituoso digno e bom "Um grande amigo". As coisas que aprendi com seu Zé André são muitas, era um homem de experiência vivenciada, isto é tudo que ele ensinava, não era coisa de ouvi dizer, eram ocorrências aprendidas pela observação, pelo trabalho, pelo amor com que via e tratava a natureza. De tudo ele tirava proveito, aprendia e repassava, e muitas vezes de maneira espirituosa. Lembro-me que um dia ele e você nos visitaram a noite em nossa Chácara. Conversávamos animados em nosso jardim, era uma noite de luar convidativa ao alongamento do papo que estava agradabilíssimo. Lá pras 22 hs seu Zé André levanta e diz, vamos simbora Morais, daqui a pouco vai chover. Minha esposa Valdênia ficou intrigada com aquilo pois a lua estava linda, mas a partir da meia noite, tome chuva foi aquele toró. Dias depois nos encontramos e ela perguntou: Seu Zé André como é que o Sr. sabia que ia chover? e ele disse oi muiesinha, quando você vê uns capucho de nuve correndo no céu subindo do nascente daquele jeito, pode esperá chuva.Outro caso que marcou nosso convívio foi no dia em que eu e você fazíamos uma visita a ele no Assaré. Havia chovido muito(tempo de bons invernos) e não dava para chegar na fazenda de carro. Deixamos o carro na pista e fomos de pé, era uns quatro quilômetros só, mas você muito alto, saltava as lagoas e córregos com muita facilidade e andava muito depressa e eu pequeno, ia no chôte para lhe acompanhar. Naquele dia, achei até que haviam afastado a casa da fazenda para mais longe pois fiquei muito cansado. Lá chegando seu Zé André estava sentado no alpendre. Bestamente fui logo dizendo: Seu Zé André eu tenho uma séria reclamação a lhe fazer! por que o Sr. não fez seu filho com as pernas menores! E ele disse; Vicente acho que você devia reclamar era pra seu pai que lhe fez com as pernas pequenas. Fiquei mudo, dizer o que mais?
Valeu Morais. Valeu também pelo musical especialmente as de Sérgio Bitancout e Agnaldo Timóteo relembrando o personagem "pai"Parabéns.
Este foi o texto do Vicente Almeida ao discobrir o Blog do Sanharol. Sentimento de saudade dos velhos e bons tempos.
ResponderExcluirValeu Vicente.
Obrigado.
Descobrir o blogdosanharol na minha opinião é descobrir um tesouro. muita cultura, curiosidades, História, causos e muito humor. para mim foi igual ao Vicente, foi uma grande descoberta.
ResponderExcluirVicente descobriu o blog do Sanharol e depois desenrolou
ResponderExcluirhistórias de nossa terra com tanta desenvoltura, que é a capaz de alguém jurar que foi um conterrâneo
nosso que escreveu esse texto.
Valeu Vicente.
Para descobrir o Sanharol, foi
ResponderExcluirpreciso fazer essa cobrança.
Meu caro amigo Morais
Aqui é o Raimundinho,
Fui um tempo seu vizinho
Na terra dos arrozais.
Eu não esqueço jamais
Daquelas tardes de sol,
Dos jogos de futebol,
E do bom baião de dois.
Sou da Lagoa do Arroz
Pertinho do Sanharol.
Prezados amigos.
ResponderExcluirMundim e o Sanharol se discobriram com esse poema. Hoje o Sanharol tem uma divida impagavel com o Mundim.
É...
ResponderExcluirAh Morais, quantas saudades daqueles tempos, minha filha - Poliana - mais velha tinha apenas 12 anos. Hoje tem 41.
Lembro-me bem que em um de nossos passeios - sempre viajávamos levando toda a família não era? - Na brincadeira, uma vez você olhou para Poliana e disse: essa aqui não vai casar. todos ouviram mais ninguém comentou nada.
Há dois anos ela me disse: Papai, desde que Morais falou que eu não ia casar que fiquei assustada e só me conformei quando casei em 1993. Ela disse: eu era uma menina, não comentei com ninguém, mas fiquei impressionada pois pensei que ele estava falando a verdade por ser mais velho que eu.
Um graaaande abraço e você e todos os comentaristas desta postagem.
Vicente Almeida
He! Vicente que Saudades!!!
ResponderExcluirMuito Obrigado e Um grande abraço para todos.
bjs. em Valdenia e nas Meninas.