Viver é mover.
No momento, viver é ficar parado.
A fadiga mental toma iniciativa e vai promovendo os primeiros estragos no nosso setor defensivo.
Por mais que o meio campo ajude na marcação, nossa defesa vai sendo tomada por um estado de inquietação.
Desculpem a narrativa com linguagem de cronista esportivo. É, na verdade, o que somos.
Ameaçado por um estado de apatia, reagimos, embora a carregar certa dificuldade de concentração.
Ainda bem ser esse um problema único, já que o silêncio incômodo tem como adversário a presença numerosa de três familiares na plateia.
Nos acomete uma necessidade de traduzir a nossa condição de acossado, dentro dessa “prisão domiciliar” acompanhada de ameaçadoras sanções se tentar romper o isolamento.
Falar sobre o quê, meu irmão?
Acrescentar mais tempero a esse papo de que “a vida vai melhorar” depois da pandemia não nos anima.
Antes disso, o Martinho da Vila já havia desistido dessa ladainha.
Será que as coisas voltarão ao normal? Mas qual será esse normal?
Também penso em focalizar a desigualdade nesse país (metade da população vive com R$ 413,00 mensais) e concluo ser um tema por demais explorado.
Esse abismo social explica a corrida pelos R$ 600,00 que o governo deu como colaboração para as aglomerações.
A seguir, sinto saudade do mundo físico de outrora. Ao mesmo tempo, imagino que esse refúgio obrigatório no mundo virtual veio para ficar.
Penso outras coisas e logo desisto.
Mesmo porque o espaço acabou.
Prezado Wilton Bezerra - Sua crônica reflete exatamente o que se vive no momento. O Brasil padece de situação piorada. A ausência de decência por parte do governante central e seus auxiliares é bem mais imoral e penoso do que vê valas cheias de defuntos, porque entende-se que mesmo depois da calamidade, para o Brasil não há esperança.
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