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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 28 de maio de 2020

Cem anos depois da Revolução Comunista, russos sonham com um retorno à monarquia

Fonte: revista ISTOÉ
Mikhaïl Ustinov, porta-voz dos monaquistas russos, com retrato de Nicolau II - AFP

"   Os ancestrais de Mikhail Ustinov foram fuzilados em 1917 por apoiarem o czar. Cem anos depois, em um apartamento na periferia de Moscou, seu descendente sonha com um retorno à monarquia.
“Os russos são monarquistas na alma, mesmo que os soviéticos tenham tentado induzi-los”, afirma Mikhail, autoproclamado porta-voz dos círculos monarquistas de Moscou.

"   Desde a queda da URSS em 1991, “para honrar o czar”, esse homem de 68 anos se veste todos os dias com um uniforme que lembra os do Exército branco que combateu entre 1917 e 1922 os bolcheviques por lealdade a Nicolau II. Assassinado pelos bolcheviques em 1918, o último czar foi reabilitado após o colapso da União Soviética. Seus restos foram enterrados em São Petersburgo, a antiga capital imperial, com vários membros de sua família em 1998 durante uma cerimônia na presença do presidente Boris Yeltsin.

"   Ele foi canonizado em 2000 pela Igreja Ortodoxa russa que o considera mártir, não pelo seu papel como último czar, mas por “se resignar à morte” nas semanas anteriores à sua execução. “Eu quero morrer no meu uniforme, proclamando meu amor pelo czar, como meu avô, meu bisavô e toda a minha família fizeram”, diz Ustinov, que perdeu cerca de 20 membros de sua família durante a Revolução de 1917, um “golpe de Estado” segundo ele.

"   Cerca de 28% russos são “a favor” ou “não contra” um retorno à monarquia em seu país, de acordo com uma pesquisa do instituto VTsIOM que data de março. Uma minoria, certamente, mas que tem aumentado: eles eram apenas 22% em 2006".
(Revista ISTOÉ)

 Bandeira da Rússia Imperial

2 comentários:

  1. OBS – Há cerca de 15 anos publiquei o artigo abaixo, nos blogs do Cariri:

    AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ... ARMANDO LOPES RAFAEL

    "Você diz que devo morrer e que nada restará do meu nome, mas as canções que cantei serão cantadas para sempre". (Huexotzin, príncipe asteca - 1484)

    Em 1917 os bolcheviques tomaram o poder na Rússia. Por ordem expressa de Lenine, o Czar Nicolau II, sua esposa e filhos foram impiedosamente e traiçoeiramente fuzilados. Com esses assassinatos, Lenine julgava que faria desaparecer, nas brumas da história, a instituição monárquica russa. Hoje sabemos que ele deu com os burros n’água!
    Ah! as voltas que o mundo dá...

    Os comunistas foram responsáveis pelo mais antinatural e desumano regime político que o mundo já conheceu. Segundo “O Livro Negro do Comunismo” mais de cem milhões de pessoas foram assassinadas para a manutenção desse regime, nos países onde se instalou. De 1917 a 1989, o socialismo real dominou as populações da União Soviéticas (e dos países vizinhos anexados, que formavam a Cortina de Ferro) à custa do chicote e das baionetas. Nessas sete décadas, os comunistas usaram a tecnologia para escravizar; o poder para oprimir e a mídia para manipular e mentir. Praticaram atrocidades as mais diversas. Uma delas foi o assassinato do Czar Nicolau II. A partir de 1918 ninguém mais, na Rússia, falou sobre a família imperial.

    Em 1989, após a queda do Muro de Berlim, o povo russo recuperou a liberdade perdida. Muitos, a partir daí, principalmente nas universidades, (lá, diferente daqui ninguém quer saber mais de marxismo) se voltaram para restaurar as verdadeiras origens do que eles chamam “Mãe Rússia”. Ocorreu então a volta triunfal da memória do Czar Nicolau II e de sua família.

    Primeiro iniciaram uma campanha para localizar os restos mortais do Czar e familiares. Após longas pesquisas conseguiram encontra-los. Depois forçaram o governo de Yeltsin a sepultar condignamente os venerandos despojos, com um pedido de perdão pela atrocidade cometida. Isso aconteceu em 17 de julho 1998, na Catedral de São Pedro e São Paulo, em São Petersburgo, onde estão enterrados os demais Czares. Devido ao interesse pelos Romanov (família imperial que reinou na Rússia de 1613 a 1917) farta literatura vem sendo publicada sobre eles.

    Existe até um projeto na Duma (Câmara dos Deputados da Rússia) para que a atual bandeira tricolor daquele país volte a ter a águia bicéfala dos tempos da Monarquia. Em 19 de agosto de 2000 durante a festa da Transfiguração, Nicolau II e a família imperial foram canonizados, como mártires do comunismo pela Igreja Ortodoxa. O cinema adiantou-se à decisão dos bispos com «Os Romanov, Uma Família Imperial», filme de Gleb Panfilov. Ainda mais popular é o último disco de Elena Bogusheskaya, cantora de renome na Rússia, que lhe dedicou todas as canções e ainda pôs na capa uma imagem de Nicolau com uma aura dourada à volta da cabeça.

    Hoje sabemos que matando o Czar e sua família os comunistas deram-lhes o direito de voltar. Existe um ditado popular russo que diz: “Tudo volta. Tudo”. Já no evangelho de João 12:24 também está escrito: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo caindo na terra, não morrer, fica ele sozinho; mas se morrer produz muitos frutos”. Maria Stuart, outra rainha assassinada, escreveu: “Em meu fim está meu começo”.

    É este o caso de Nicolau II. Recentemente noticiou-se que será enterrada a múmia de Lênin, exposta no Kremlin. Enquanto isso o túmulo do último Czar, na Catedral de São Petersburgo, recebe flores todos os dias por parte das novas gerações russas.
    São as voltas que o mundo dá...

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  2. O povo russo está começando a perceber o que perdeu. E, deseja retornar ao que antes era.

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