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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 24 de maio de 2020

MARIA AMÉLIA, A FILHA ESQUECIDA DE DOM PEDRO I QUE FOI IMPEDIDA DE COLOCAR OS PÉS NO BRASIL - Por FÁBIO PREVIDELLI.



Órfã de pai aos três anos, a princesa Flor passou sua vida toda na Europa e morreu de maneira trágica antes de se casar com seu grande amor

Maria Amélia Augusta Eugênia Josefina Luísa Teodolinda Heloísa Francisca Xavier de Paula Gabriela Rafaela Gonzaga, ou simplesmente A princesa Flor, foi a única filha do segundo casamento de seu pai, dom Pedro I.

Nascida na França, ainda estava na barriga de sua mãe, D. Amélia de Beauharnais, quando o ex-imperador do Brasil rumou para Portugal tentar recuperar a coroa de sua filha mais velha, dona Maria II, que havia sido tomada pelo seu irmão mais novo, dom Miguel I.

Pedro I tem êxito em sua missão e consegue derrotar e exilar o irmão de Portugal. Entretanto, o conflito afetou sua saúde: havia contraído tuberculose. Meses depois, o ex-imperador, já em seu leito de morte por complicações da enfermidade, recebe sua caçula para um último afago: "Sempre fale a esta criança do pai que a amava tanto... Não se esqueça de mim... Sempre obedeça sua mãe... Esses são os meus últimos desejos”. 

No início daquela mesma tarde, Maria Amélia vira órfã de pai com apenas três anos de idade.

Sua mãe, então viúva, jamais voltou a se casar e dedicou a vida a supervisionar a educação da filha. Apesar da certa instabilidade que tinham morando no Palácio das Janelas Verdes, não pertenciam à família real portuguesa.

Além do mais, a Princesa Flor jamais viajou para o Brasil e o governo brasileiro relutou por muitos anos a reconhecê-la como membro da Casa Imperial, afinal, havia nascido em território estrangeiro.

2 comentários:

  1. Quando a princesa contava apenas um mês de idade, dom Pedro partiu para Portugal para restaurar a coroa de sua filha mais velha, dona Maria II, que havia sido usurpada pelo irmão mais novo do ex-imperador, dom Miguel I.

    Poucos meses após a vitória sobre dom Miguel, dom Pedro morreu de tuberculose. Órfã de pai com menos de três anos de idade, Maria Amélia estabeleceu-se com sua mãe, dona Amélia, em Portugal. O governo brasileiro recusou-se por muitos anos a reconhecer a princesa como membro da Casa Imperial do Brasil, devido ao seu nascimento em território estrangeiro. À época, o Brasil era governado por uma Regência, em virtude da minoridade de seu meio-irmão, dom Pedro II, que não pôde intervir em favor de Maria Amélia. Seu reconhecimento como Princesa do Brasil só ocorreria em 1841, com a maioridade do irmão.

    No início de 1852 foi acertado o casamento de Maria Amélia com o arquiduque Maximiliano da Áustria - futuro imperador do México -, que não se concretizou devido à morte prematura da princesa, por tuberculose, em 1853.

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  2. Interessante postagem.
    Segundo a Wikipédia, a princesa Maria Amélia Augusta nasceu em Paris, em 1 de dezembro de 1831, e faleceu na cidade de Funchal, a capital do arquipélago da Madeira, em Portugal, em 4 de fevereiro de 1853. Maria Amélia era a única filha de Dom Pedro (que foi Imperador no Brasil e agora era o Duque de Bragança) e de sua segunda esposa (que foi a terceira Imperatriz do Brasil), dona Amélia de Beauharnais.

    Com a morte de Dom Pedro I do Brasil (Dom Pedro IV, de Portugal), em 24 de setembro de 1834, a ex-ímperatriz Dona Amélia e sua filha ficaram morando na cidade de Lisboa.
    Em fevereiro de 1852, Maria Amélia contraiu escarlatina. Com o passar dos meses, ela não se recuperou, sendo afetada por uma persistente tosse - os sintomas da tuberculose. Em 26 de agosto, a princesa deixou o Palácio das Janelas Verdes, em Lisboa, onde morava com a mãe viúva e viajou para a Ilha da Madeira. O clima da ilha tinha a reputação de salutar nestes casos, como Maria Amélia observou: "as febres desaparecem, dizem eles, como que por magia!". Ao despedir-se da família, a princesa Amélia pode ter sentido um mau agouro, pois disse à sobrinha: "Não é verdade, Maria, que você não vai me esquecer?

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