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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Os ricos e os famintos - Por Osvaldo Alves de Sousa.

É de estarrecer o estado de pobreza reinante na periferia do Crato. Quem, por ventura ou desventura, visitar as favelas que proliferam nas circunvizinhanças dos bangalôs dos ricos, volta com o coração amargurado.

Vivendo a sombra da miséria absoluta, convivendo com lastimável estado de pobreza, centenas ou milhares de seres humanos vegetam a míngua de quaisquer assistência dos poderes públicos. Para os que vivem no conforto da modernidade o quadro simplesmente não existe. O problema, alem de trivial, não é deles. Não lhes interessa saber como vivem esses parias da sociedade insensível e ecocentrista.

Tive, oportunidade, há dias, de visitar uma das favelas do Crato. Choca os olhos e amarguram o coração o espetáculo de miséria dos desvalidos. Convivendo, em seu dia-a-dia, com a promiscuidade e exposta aos riscos da contaminação pelas moléstias que grassam na região. A pobreza citadina também é vitima da fome e da desnutrição. Em cada favela da urbes encontramos uma Somália em potencial. Realidade injusta que se confronta com os privilégios dos poderosos e a ladroagem de políticos, das mais diferentes máfias, em todo país.

Construir avenidas, praças bonitas e feéricas, viadutos gigantescos, pontes ornamentais, sambódromos de custos elevadíssimos, meter a mão nos dinheiros públicos, é tripudiar sobre a miséria de milhões de brasileiros e milhares de cratenses, afogados na agonia lenta dos tugúrios.

É bom atalhar a onde dos sofridos, a avalancha dos parias, antes que se consuma o estouro dos miseráveis, à busca da justiça social que lhes tem sido negada.

2 comentários:

  1. O texto do Osvaldo Alves de Sousa foi publicado no Livro de sua autoria em 1999. Continua muito atual.

    Nesses 25 anos de mentiras, conversa fiada e escárnio nada mudou. Ande nas ruas do Crato e veja com os seus próprios olhos, pedintes com a mão estirada pedindo algum tipo de ajuda, de esmola.
    Comece pela rua Dr. Miguel Lima Verde, desça pela Dr.João Pessoa a Monsenhor Esmeraldo, volte pela Senador Pompeu comprove que quem alardeia que acabou com a fome é um demagogo, hipócrita e mentiroso.

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  2. Os petistas só falam em Lula. Lula só fala em sonhos. Esquece que a realidade existe.

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