Lembro-me de décadas passadas, quando era simples tesoureiro da Prefeitura Municipal do Crato o Sr. Francisco Leão da Franca Alencar.
Homem simples, correto, austero, o modesto servidor exercitava com prudencia e tranquilidade o seu mister de agente da fazenda municipal. Recolher o dinheiro da arrecadação dos impostos e efetuar o pagamento da folha dos servidores e das obras em execução, era tarefa corriqueira ao dia-a-dia do honrado e exemplar chefe da tesouraria do município. As rendas auferidas, com a cobrança dos impostos, eram parcas mas atendiam às carências da cidade e dos distritos. Recursos advindos de outras fontes, como o estado e a união, inexistiam.
O Crato, tranquilo em sua ingenuidade matuta, palmilhava os caminhos do progresso e do desenvolvimento, ignorando certos costumes impostos pelo modernismo informático e a presença de recursos federais e estaduais.
O Crato, tranquilo em sua ingenuidade matuta, palmilhava os caminhos do progresso e do desenvolvimento, ignorando certos costumes impostos pelo modernismo informático e a presença de recursos federais e estaduais.
Alexandre Arraes de Alencar construiu obras memoráveis, a exemplo da Praça Francisco Sá, com o seu monumento ao Cristo Redentor, pavimentação de ruas, abastecimento d'água, arborização e a hidrelétrica da nascente. Antônio Gonçalves entre outras iniciativas construiu o canal da rua Tristão Gonçalves. Dr. Décio Teles Cartaxo promoveu a maior festividade cívica da nossa historia, em 1953, centenário de elevação do Crato categoria de cidade. Tudo com recursos próprios do município, que progredia e tinha prestigio nacional. O povo era feliz. A cidade crescia. havia ordem, mantida por um simples destacamento policial.
O Dr. Hermes Paraíba era figura austera de juiz de direito, que impunha respeito, incorruptível sob a égide da lei e da justiça. O delegado civil, João Bacurau, dava voz de prisão no meio da rua e o preso, sem coação nem pancadaria, recolhia-se a cadeia publica da Praça da Sé. Filas no único hospital da cidade inexistiam, pois o INSS era expressão desconhecida da população.
A assistência social era exercida pelo espirito filantrópico de Dr. Teles, Dr. Gesteira, Dr. Macário, Dr. Elísio e outros abnegados discípulos de Galeno.
Um Dr. Joaquim Fernandes Teles, como medico e deputado federal, construiu esse monumento formidável que é o Hospital me Maternidade São Francisco, enquanto Alencar Araripe, deputado federal, trazia para o Crato, na década de 50, a Escola Agrotécnica Federal.
O Dr. Hermes Paraíba era figura austera de juiz de direito, que impunha respeito, incorruptível sob a égide da lei e da justiça. O delegado civil, João Bacurau, dava voz de prisão no meio da rua e o preso, sem coação nem pancadaria, recolhia-se a cadeia publica da Praça da Sé. Filas no único hospital da cidade inexistiam, pois o INSS era expressão desconhecida da população.
A assistência social era exercida pelo espirito filantrópico de Dr. Teles, Dr. Gesteira, Dr. Macário, Dr. Elísio e outros abnegados discípulos de Galeno.
Um Dr. Joaquim Fernandes Teles, como medico e deputado federal, construiu esse monumento formidável que é o Hospital me Maternidade São Francisco, enquanto Alencar Araripe, deputado federal, trazia para o Crato, na década de 50, a Escola Agrotécnica Federal.
Escuto vozes que afirmam: ora, o Crato antigo era muito menor e a sua população não chegava a trinta mil habitantes. Respondo: As mãos e a consciência dos homens públicos de antanho eram limpas.
E hoje?
Hoje tenho meio século de vida, e lembro-me com muita emoção destes filhos cratenses que tanto deram sem troca. Pois recordo-me do Dr. Elísio e Dr. Humberto, pois minha mãe era paciente deles e sempre os tinha como seus protetores da saúde. Quem bom ter essas lembranças e jamais se perderam em minha memória de menino.
ResponderExcluirO Osvaldo resgata com precisão uma historia que dar orgulho a todos nós cratenses. Fica a pergunta do final do texto : E hoje?
ResponderExcluir–– Hoje, a maioria dos políticos é desonesta, sem credibilidade e despreparada. Diferente dos políticos do passado cuja maioria era composta por pessoas de bem e que tinha por desiderato servir ao bem público e trazer melhoramentos para as comunidades;
ResponderExcluir–– Os políticos de hoje são verdadeiros “atores” na arte de enganar os incautos. Seus programas de governo se resumem a “slogans” fabricados pelos marqueteiros para manobrar a massa ignara;
–– O povo não elege mais um candidato pela sua biografia, pelo seu passado. Elege agora baseado numa peça publicitária (geralmente mentirosa) que é divulgada na campanha eleitoral, tipo: “a esperança vai vencer o medo”, “É Lula outra vez”, “Mais mudanças para o futuro”, “Sérgio Cabral: somando forças para um governo ético”, e outras baboseiras...
–– Hoje, falta seriedade e patriotismo tanto nas elites como na massa de manobra que os políticos manipulam;
––O povo perdeu o dom do discernimento, do raciocínio lógico, da autocrítica como existia no passado; o povo perdeu o senso da comparação, não tem mais formação moral e cívica, virou marionete do que é divulgado pela televisão;
–– O atual sistema político brasileiro faliu e a sociedade faz de conta que não se deu conta disso. Ou este sistema muda, ou teremos conflitos sociais e guerra civil a médio prazo...
Prezado Armando - Não há reparo a fazer no seu comentário.
ResponderExcluirUm dos sinais de degeneração moral é quando alguém lê uma denúncia contra um político, com todas as evidências e provas, e o sujeito sente raiva do jornalista que apurou os dados, do amigo que compartilhou a matéria e da justiça que investigou o caso; nunca do político em si.
É...
ResponderExcluirÉ verdade. Naqueles tempos o sistema político-administrativo era diferente mas não pensem que não havia corrupção. Havia os currais eleitorais dominados pelos coronéis que na verdade nem coronéis eram. Os senhores de engenho ou latifundiários interessados em uma patente militar adquiriam-na ou se autodenominavam coronel, major e pronto, assim seria tratado até pelas autoridades de fato.
Há dezenas de anos os eleitores-moradores eram obrigados a votar em quem seus patrões mandassem. Se desobedecessem seriam expulso da propriedade. Aqui podemos chamar de Coação!
Outras coisa de arrepiar é que muitas vezes o candidato que tinha como certa a sua eleição era passado para traz. Havia falcatruas nas apurações e o candidato que vencia na votação perdia na apuração. Sei um bocado, nem preciso descrever aqui neste reduzido espaço. Vivenciei algumas das situações das quais comento. Isto já era corrupção!
Quanto ao mérito dos políticos antigos como administradores do bem público, isto é inegável, eles realmente usavam seu prestigio e os recursos públicos em benefício da comunidade.
Mas as vezes, nem precisava ser político bastava ser humano, sensível as carências da época. Alexandre Arraes, Dr Teles, Dr. Décio, Cel. Filemon Dr. Humberto Macário escreveram seu nome na história politica do Crato como grandes e inesquecíveis benfeitores.
D. Quintino, Monsenhor Rocha e Pe. Frederico também são inesquecíveis e a Comunidade não só cratense, lhes tributa honra e gratidão pelo hercúleo trabalho desenvolvido junto ao povo carente. Destes só não conheci D. Quintino, mas a sua biografia é farta e digna.
Vicente - Um texto coberto de verdades do inicio ao fim. Há um zum zum zum que o atual prefeito vai ser secretario municipal na próxima administração. Onde já se viu. Voltamos a contra mão do tempo. O normal era sair da prefeitura com alto grau de aprovação popular e seguir outros cargos na assembleia, câmara federal etc.
ResponderExcluirAlguém pode explicar? Gostaria de saber.
ResponderExcluirO Crato tinha há quatro décadas uma agência do Banco do Brasil S/A. Funcionava no asuntuoso prédio no cruzamento das ruas Barbara de Alencar com Senador Pompeu.
Juazeiro do Norte tinha uma agência do mesmo porte num prédio localizado à rua São Francisco.
O Crato vendeu metade do prédio, desativou esta parte do banco e funciona atualmente na outra metade. Juazeiro do Norte criou mais três agências chegando a um total de quatro.
Você que elege os governantes do Crato sabe explicar as razões? Não acha que já é hora de escolher melhor?
Com a palavra a população. Ficar falando eu amo o Crato, cratinho de açúcar pra cá, tijolo de buriti pra lá, não vai resolver.