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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

339 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.

Na Escola José Correia Lima, foto, na sala de aula, quando fazia o primário, a professora pediu aos alunos que declamassem uma poesia. Os colegas, arrotando conhecimento, citaram estrofes de poetas famosos como Castro Alves, Olavo Bilac e Gonçalves Dias. 

Antônio Ulisses, como sempre, original e criativo, preferiu declamar os seguintes versos populares da obra de cordel, intitulada “A chegada de Lampião no Inferno”, de José Pacheco da Rocha: 

Um cabra de Lampião, 

Por nome Pilão Deitado, 

Que morreu numa trincheira, 

Um certo tempo passado, 

Agora pelo sertão, 

Anda correndo visão, 

Fazendo mal assombrado. 

E foi quem trouxe a noticia, 

Que viu Lampião chegar, 

O inferno nesse dia, 

Faltou pouco pra virar, 

Incendiou-se o mercado, 

Morreu tanto cão queimado, 

Que faz pena até contar. 

A professora, religiosa, decepcionada com os conhecimentos literários de seu aluno, não gostou nem um pouco da poesia escolhida. 

Por isso, Antônio Ulisses recebeu nota zero, foi retirado da sala, permanecendo um certo tempo de castigo na Diretoria da Escola.

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